quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

V, 2x04. "Unholy Alliance"

"Quanto tempo demorará até os humanos me venerarem? Um dia? Dois?" - Anna

V continua absolutamente irregular, mas parece que os roteiristas estão com uma boa estratégia na construção da narrativa. É difícil conseguir achar um meio-termo para uma série que apresenta tramas algumas vezes tão bobas, mas que tem um roteiro extremamente bem articulado. Se bem trabalhado, poderá corrigir os equívocos.

Analisar uma série como V deve ser feito sob o prisma dos Visitantes e não dos humanos. Para nós, muita coisa parece bizarra e imprevisível, mas para seres que não conseguem compreender o teor do interior humano tudo faz muito sentido. Os Visitantes são como robôs que não compreendem a emotividade humana e isso os fazem confusos em algumas decisões.

Em "Unholy Alliance" o desenho da série foi muito bem esboçado através da melhor metáfora que os seres humanos conseguiram construir ao longo da História: a religiosidade. A forma como a produção inseriu o Vaticano no roteiro me pareceu convincente, principalmente porque Anna tem feito um bom dever de casa no conhecimento das principais autoridades do mundo.

Adorei Anna mostrando sua verdadeira personalidade diante dos padres do Vaticano. Sua demonstração de poder, mostrando que, quando quisesse faria com que os seres humanos - simples e frágeis como ela definiu - a venerassem como sua nova deusa. Genial forma de convencer o Vaticano a concordar com todos os seus pedidos.

Achei muito interessante ver que havia um V inativo, enviado a Terra por Diana, mãe de Anna, para descobrir mais sobre as emoções e alma humana e que estava vivendo no Vaticano, como um padre. A conclusão dele de que a alma humana é uma bênção e não uma maldição foi muito interessante, assim como a cena em que Diana se vê obrigada a matá-lo para evitar que Anna o torture. Aliás, o diálogo entre ele e Anna, ainda no Vaticano, com o padre explicando sobre o inferno e o diabo e definindo que o diabo é "o ser que rouba a alma humana" foi simplesmente genial.


O plot de Érika e sua turma não foi tão interessante. Aliás, para deixar essa história minimamente aceitável poderiam começar matando o Tyler, sujeito insuportável. Gostei de ver que, finalmente começaram a desconfiar de Érika e também achei interessante eles se unirem ao lado mais extremista dos Anti-V.

De qualquer forma, Anna precisa descobrir um modo de utilizar os seres humanos para procriação da sua espécie, como ela mesmo já disse, porém, a alma humana segue como principal empecilho, na opinião dela. Esse plot tende a ser o mais interessante da temporada, porque a história começa a ganhar forma e caminhos que podem conduzir o telespectador por um mundo filosófico que parecia impossível se esperar de V.



Por Daniel César

5 comentários:

@jupabelmok disse...

Erica tá cada vez mais apagada, mas nem faz muita falta.
E já que o diabo é quem rouba a alma humana ~eu nem prestei atenção nesse diálogo~, Anna poderia contratá-lo, né? Seria uma boa.

Daniel César disse...

Érika tá apagada mesmo

Mas a menção ao diabo foi uma metáfora para chamar Anna do próprio diabo. E é mais ou menos isso que ela tenta ser mesmo, o que dá ainda mais charme a ela.

@jupabelmok disse...

Só a Anna que salva mesmo, a série está cada vez mais ridícula. Envolvendo coisas tão complexas quanto à religião, então...

Daniel César disse...

Eu não entendi o que tem de ridículo em envolver coisas complexas :|

@jupabelmok disse...

Não é isso, Daniel. O problema é uma série como V envolvendo assuntos tão complexos.

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