quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Mike & Molly, 1x15. "Jim Won't Eat"

"Tenha certeza que não há como eu voltar depois que sua namoradinha me matar" - Sra Biggs

Existem diversos métodos para impedir que o telespectador fuja das séries por se sentir enjoado das mesmas piadas e mesmas situações. Ainda assim, são poucas as séries que buscam este caminho por, claramente, ser muito mais complexo na hora de pensar no roteiro e também direção de determinado episódio. A mesmice, a caricatura e o clichê sempre foram caminhos muito mais fáceis de se lidar.

Um dos métodos que vem sendo muito utilizado pelas melhores sticoms dos EUA é a de permitir que mais personagens participem do núcleo central e ganhem um ou outro episódio com o foco em si. Esta atitude não apenas tira o foco dos protagonistas, como permite novas piadas, construção de outra linha narrativa e, principalmente, maneiras diferentes de se fazer humor.

É isto que Mike & Molly procura fazer - e faz bem - ao longo de sua primeira temporada. Em "Jim Won't Eat" esta metodologia ficou clara. Mesmo o casal protagonista aparecendo em praticamente todas as cenas e tendo um plot especial para si, a dona do episódio foi a Sra. Biggs, mãe de Mike que já vinha mostrando ser uma personagem excepcional e cheia de elementos de humor que permitira um bom episódio.

A operação da vesícula da velha foi apenas um pano de fundo para permitir que a atriz brilhasse - e ela brilhou - e também criar uma seqüência impressionante com frases ácidas, bem humoradas, em alguns momentos até inocentes, mas sempre com o mesmo tom acusatório que a personagem nos apresentou desde sua entrada.

Gostei menos do plot de Mike e Molly. Achei muito forçado ele ficar tão paranóico por conta de uma resposta simples e sincera. Afinal, os dois são apenas namorados e não tem motivo para Molly pensar em ser enterrada ao lado dele - aliás, todo o diálogo sobre velório, enterro e caixões foi completamente surreal e, um pouco divertido.

Victoria novamente apareceu pouco - já está na hora dela ter um episódio focado nela - mas brilhou e brilhou muito. Os diálogos dela com o cachorro, as indiretas, as frases incompletas e, principalmente as metáforas utilizadas caíram muito bem e prenderam a atenção do telespectador. Jim também brilhou. O cachorro é extremamente bem treinado e teve algumas cenas ótimas, principalmente enquanto Molly tenta a todo custo fazê-lo comer. O olhar e a expressão de vazio que o cachorro fez para ela foi um dos melhores momentos do episódio.

Se o episódio não foi genial todo o tempo, ele foi bom porque nos deu uma visão diferente da série que pode também ter humor ácido e com tiradas inteligentes e bacanudas. É um bom caminho para impedir que o público enjoe de Mike & Molly.



Por Daniel César

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