quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Skins US, 1x03. "Chris"

"O que você faria agora, mãe?" - Chris

Analisar um remake é, provavelmente, a tarefa mais árdua para um reviewer. Principalmente quando se trata de uma obra tão próxima da original. Produções que se baseiam em obras antigas não sofrem deste problema, já que a primeira exibição não está mais fresca na mente dos telespectadores. Não é o caso de Skins US, afinal, a série é exibida nos EUA com apenas 04 temporadas de diferença para a produção inglesa.

Por conta disso, qualquer pessoa pode cair numa perigosa armadilha. A de comparar as produções. O objetivo de Skins US nunca foi e não é ser comparada com a genial série britânica que arrebata fãs em todo o mundo. É apenas um remake na realidade americana e para o público americano. Quem vem assistindo aos três primeiros episódios deve esquecer-se de Skins e focar-se apenas na versão americana.

Em "Chris" essa armadilha foi tão perigosa quanto em "Tony". O episódio centrado num dos personagens mais complexos da primeira geração de Skins, se não foi idêntico, foi muito semelhante ao episódio original e, ao que parece, isso irritou bastante os fãs da produção. O ponto é que Skins US é uma nova série, portanto, a análise deve ser feita assim, como se este episódio nunca tivesse sido exibido.

E o episódio não foi ruim. A complexidade da vida de um garoto no auge de seus 16 anos, utilizando-se de todas as pílulas possíveis para deixar sua vida mais animada, foi muito bem conduzida. Achei bem interessante a história de Chris se focar em suas características pessoais e não apenas em seu ambiente de vida, isso me chamou a atenção.

Achei o episódio meio rápido demais e isso atrapalhou um pouco a construção narrativa da história. Era possível mostrar o mesmo roteiro sem pressa. Principalmente porque Chris deve ser, entre todos, o mais problemático da série. Afinal, ter uma mãe maluca que some de casa deixando um adolescente sozinho para se virar, ter um pai que não quer saber do filho e ainda ter que resolver seus próprios problemas emocionais, não é tarefa fácil.

Confesso, achei que manter algumas seqüências da obra original foi um erro. Como o hippie que põe Chris para fora da própria casa, isso não ficou legal porque tirou o ar americano da produção. Também não gostei de Chris desfilando nu pelas ruas, isso soou bastante fake.

Em compensação, o tempo dedicado aos outros personagens foi bem interessante. Ver a tensão emocional entre Tea e Tony está ficando cada vez mais legal e tenho certeza que podemos esperar uma boa história daí. Assim como Stanley e Caddie que já começam a se envolver, aliás, aplausos para o ator que interpreta Stnaley, ele foi o único que conseguiu construir um personagem muito diferente do original (Sid).

Skins US não se compara de fato a obra inspiradoras. O elenco é irregular e não chega aos pés do original, mas dizer por isso que a série é ruim e que o episódio foi fraco, é pura bobagem de quem não consegue se libertar da lembrança da 1ª geração de Skins. Com isso, quem perde são os fãs que não conseguem apreciar uma boa produção. E que deve melhorar ainda mais.



Por Daniel César

1 comentários:

João Pedro disse...

Eu achei um pouco confusa a cena que ele acorda depois de tomar as pílulas. A casa ficou daquele jeito em quanto tempo? Pensei até que fosse um sonho. De resto, foi bom!

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