segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

InSecurity, 1x05. "Recycle after Reading"

"Classe liberada... Meu Deus, eu não acredito que eu disse isso" - Alex

É impressionante a quantidade de séries de comédia que exploram todas as vertentes de clichês em busca do riso gratuito do telespectador. O caminho mais fácil é aquele que tenta a gargalhada sintomática, sem que necessariamente, o telespectador tenha visto algo lógico e, de fato, engraçado. Situações se repetem e o inconsciente já produz a risada por saber que o senso comum diz que aquela situação forçosamente é engraçada.

Mas séries assim não são de humor, sequer possuem qualidade e é preciso que todos, crítica e público se unam em prol de sitcoms que realmente valham a pena. Que tenham algo a dizer e saibam utilizar elementos que não induzam seu público a rir, antes o leve a pensar e, por conta própria, decidir se a situação é engraçada ou não. É o caso de InSecurity.

"Recycle after Reading" foi, de longe, o episódio mais interessante desta bacana série canadense. Quem assiste sem grande atenção, pode colocar InSecurity entre os produtos clichês mais baratos da história recente do humor seriado. Porém, uma análise fria e menos intimista, deixa claro que esta não é, nem de longe, a verdade.

Neste episódio fica claro como os roteiristas brincam com todas as vertentes de clichês do mundo televisivo. Há clichê maior que uma professora indefesa de 2ª série ser uma espiã? Mas o elemento não está ali de forma vazia, é proposital, é um jogo de clichês e caricaturas. Como também o é ver a Alex bêbada, dançando funk e saindo com diversos homens numa única noite. Muito engraçado.

Burt vidrado por um óculos de sol foi das coisas mais geniais que a série já produziu. Todo espião em qualquer filme ou série usa óculos escuros. Burt passou a se sentir extremamente ligado ao objeto porque percebeu que, a partir dali, era de fato um espião. A cena em que ele voa, literalmente, para cima de uma criança de uns 08 anos que havia roubado o óculos é muito engraçada.

Adoro ver JoJo sem sentimentos numa clara crítica ao posicionamento atual dos espiões na TV que devem ser frios, calculistas e se esquecer de qualquer emotividade. Da mesma forma que adoro o jeito travesso de N'Udu, mostrando as diferenças raciais e de cultura.

Tudo em InSecurity é proposital, nada é por acaso e é justamente essa variação intensa, essa crítica voraz aos clichês e caricaturas que torna a série deliciosa. Impossível perder.



Por Daniel César

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