segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Skins, 5x04. "Liv"

"Você é real? Você tem que ser real" - Liv

Skins revolucionou o jeito de se fazer televisão para jovens - e não apenas para eles - mudando a linguagem congelada, às vezes monótona e enfadonha. O método de foco dos episódios, a linguagem e, principalmente as "gerações" surpreenderam o mundo e deram fôlego que nenhuma série pareceu jamais ter, principalmente primando tanto pela qualidade.

Após duas gerações, ninguém esperava que a série fosse se preocupar em mudar seu método de sucesso, pois foi isso que ela fez. Esta 5ª temporada é, disparada, a mais profunda ao retratar os adolescentes de Bristol, isso porque já começou assim, normalmente a primeira temporada de cada geração é mais festas e festas e na segunda se aprofunda sobre alguns temas, desta vez nada de alegria, nada de arruaça, já começou tudo profundo, tudo tenso, tudo real demais.

Em "Liv" confesso que demorei mais de 1/3 do episódio para decidir o que pensar. Não sei se foi o melhor exibido em Skins, mas foi, sem sombra de dúvidas, o mais complexo e difícil de se compreender desde que a série britânica surgiu, há cinco anos. Liv pode não ser a personagem mais complexa, longe disso, mas o plot do episódio foi real, confuso, chocante.

Não apenas com a protagonista da noite, mas para todos os personagens que, pela primeira vez, tiveram pequenas histórias contadas mesmo não sendo o foco. É difícil compreender a relação entre Liv e Mini enquanto telespectador, mas muito fácil quando nos teletransportamos e verificamos que somos iguais às duas. Afinal, sempre queremos apoio, conforto, quem nos apóie incondicionalmente, sem palavras duras e julgamentos e é isso que as amigas tinham.

Confesso que adorei Matty. Enigmatico, interessante, já entrou para o hall dos personagens confusos que eu tanto gosto em Skins. Ele completou Liv e deu cor à vida da garota que, estava prestes a explodir, e convenhamos, que explosão. A tarde que os dois passaram juntos foi tão psicodélico e diferente de tudo que Skins apresentou que, em determinados momentos, soou estranho.

Mas não tanto assim. A licença poética apareceu em todo o episódio e é nisso que Skins é craque. A análise de fuga dos adolescentes, a necessidade de criar seu próprio universo dentro do meio onde vive, os problemas que sempre parecem ser maiores do que realmente são, enfim, tudo do mundo teen apareceu neste episódio, mas nada explícito, tudo obrigando o telespectador a pensar, refletir, procurar as pistas e, quem as encontrou, viu um dos melhores episódios da série.



Por Daniel César

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1 comentários:

Danilo disse...

Gostei bastante do episódio.
Ainda não gosto do Matty, tem algo nele que não me agrada e ele não me conquistou ainda.
Mas adorei a Liv.

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