domingo, 27 de fevereiro de 2011

Parenthood, 2x17. "Do not Sleep With Your Autistic Nephew's"

"Eu tenho Asperger? O que é Asperger?" - Max

A definição exata do que é uma série dramática é muito mais complexa do que se pode, a princípio, parecer. Nas grandes premiações, o que se vê na verdade, é uma separação bem simplória entre Drama e Comédia. Se a série não é para fazer rir, logo, é taxada de drama e encaixada nesta categoria para todo o sempre.

Mas nem todo produto televisivo que não é comédia é necessariamente um drama. É preciso muito mais do que isso para se encaixar no estilo dramático. Vários são os elementos, as situações e as características únicas, porém, a mais importante delas, é a capacidade de envolver e emocionar o telespectador. Exatamente como Parenthood faz com maestria.

"Do not Seleep With Your Autistic Nephew's" foi mais um episódio que leva a série a um caminho sem volta. O caminho árduo, mas muito competente e bem amarrado, que dá a Parenthood, sem sombra de dúvidas, o título de melhor drama em exibição na TV americana neste momento - e isso não é exagero de fã.

Assistir os conflitos se entrelaçarem é sempre muito interessante, basicamente como ocorreu no episódio em que vimos Crosby completamente arrependido por ter ido para a cama com Gaby. Mas não apenas ele, ela, por gostar dele, se viu obrigada a abandonar o trabalho que tanto ama e parar de ajudar Max. Foi triste ver o diálogo dela com Cristina, pois mostrou a fraqueza de ambas e, além de tudo, mostrou a fragilidade emocional do ser humano.

Não sei exatamente o que pensei ao ver Crosby confessar para Jasmine que foi para a cama com outra mulher. Sinceramente, não entendi o motivo dele ter dito aquilo naquele momento e não estou discutindo a sinceridade e honestidade do rapaz, porém, o momento escolhido foi o pior possível. Mas achei linda a forma como Cristina tratou do assunto com Jasmine, dizendo que ela já era da família.

As histórias de Julia são sempre as mais isoladas da série e ainda não sei exatamente o motivo. O plot com a filha dela vegetariana não me chamou tanto a atenção, mas foi interessante por mostrar a formação de personalidade das crianças e a dificuldade que pais e parentes de uma forma em geral tem para lidar com a situação. E quem não achou fofa a reconciliação definitiva de Zeek e Camile? Os dois são os responsáveis pelos filhos que têm e foram um belo casal.

Mas atualmente um núcleo de Parenthood tornou-se protagonista. Trata-se do núcleo de Sarah. Foi absolutamente sensacional toda a construção da história do ex-marido de Sarah. A resistência de Amber em aceitar o pai é bem interessante e a explosão de raiva da menina foi espetacular, confesso que me emocionei ao vê-la gritando: "Pode ser que para todo mundo é normal você vir aqui arrependido, mas desculpe, para mim não é. Eu não consigo esquecer as vezes que você prometeu sair comigo e não cumpriu. Não consigo esquecer os aniversários que você não veio. Não consigo esquecer todas as vezes que precisei de você e você não estava lá. Para mim, você continua o mesmo perdedor de sempre e eu não te admiro". Cada frase muito forte e verdadeira. Lindo.

E não é que Amber tinha razão? O homem decidiu ir embora novamente largando os filhos. E aí Sarah entrou em ação. Sensacional vê-la mostrando-se como uma mulher madura e que não aguentava mais ver os filhos sofrendo pelo pai. Lauren Grahan tem feito um trabalho primoroso nesta segunda fase da temporada e já está na hora das premiações olharem para ela. Adorei a cena em que Amber e Drew conversam e lembram que, apesar do pai, eles terão sempre a mãe e um ao outro. Emocionante, todos queriam ter uma família assim.

Forte mesmo foi a cena final. Eu confesso que não esperava que Max fosse descobrir tão cedo que tem Asperger e achei o jeito com que ele descobriu bem interessante. Agora, abriu um leque gritante de possibilidades para os próximos episódios.

Parenthood segue mexendo com as minhas emoções, com as minhas reflexões e muitas vezes me faz pensar sobre mim mesmo, minha família e minha vida. É uma série que tem a incrível capacidade de nos tornar pessoas melhores.



Por Daniel César

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3 comentários:

Alinne Silva disse...

Ótimo episódio! Achei Crosby meio frouxo depois de tudo, inconsequente até. Gaby se enganou achando que talvez pudesse viver algo com ele, se envolveu demais. Acho que eu esperava mais também. De qualquer forma, não achei que Crosby ficaria tão tenso depois do que aconteceu.
Amei o final, chorei com Amber. Perfeito.

gustavo disse...

Simplesmente sensacional! Os personagens são tão bem amarrados, deixa tudo muito natural. Crosby regrediu muito e sua reação foi bastante infantil. O núcleo de Sarah então, nossa! Estava esperando Sarah explodir a qualquer momento com aquele clima, me levando às lágrimas. Porém, quem fez isso foi Amber, que gostava desde as poucas participações em In Treatment e que está ótima nessa temporada. Amo muito a sinceridade que ela dá à personagem!
Ritmo impressionante dessa temporada (e quantas vezes já falei isso!). Perfeito [2].

Alison Corte disse...

Bom, você disse que não sabe o motivo do Crosby ter contado aquilo para a Jamine, mas acho que ali teve um peso na consciência e mais um toque de bebida, daí deu no que deu.
Concordo com você, as histórias da Júlia são isoladas mesmo, perde um pouco a graça, mas foi legal essa história do 'vegatarianismo'! HAHA

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