segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Parenthood, 2x15. "Just go Home"

"Se você machucar meus filhos de novo, eu te mato" - Sarah

Não é fácil assistir séries que tratam de dramas familiares. A princípio, um fã de séries, vê este momento como um simples ato de lazer, mas todos sabem que é muito mais do que isso. Um telespectador ativo não é aquele que vê as cenas e lê as legendas simplesmente para acompanhar as histórias, antes, é o que invade a tela da TV (ou do computador, no caso) e se transforma num personagem daquilo que ele vê.

Enxergar as metáforas numa série comum não é tarefa fácil, mas vivê-las num drama familiar é muito simples e, às vezes, nos leva a refletir sobre aquilo que estamos assistindo de tal forma como uns bons minutos num divã de uma terapeuta. Parenthood tem este efeito sobre os telespectadores. Não é apenas um produto mercadológico para ser consumido, é uma análise crua dos relacionamentos familiares e como isso mexe com a gente.

Assistir "Just go Home" não foi tarefa das mais simples. Não que o episódio tenha sido ruim, ao contrário, ele figura fácil no Top 5 da série, mas por tratar de assuntos tão complexos incrustados dentro de cada família que, em determinados momentos, passamos a nos ver ali, vivendo cada uma das situações dos Braveman.

Gostei bastante de ver o plot de Haddie sendo finalizado. Não se poderia se desgatar essa história da menina fora de casa, longe dos pais, por pura birra e achei muito interessante toda a condução deste desfecho. Adam e Kristina deram um show de maturidade e souberam receber a filha sem serem impositores. Lindo exemplo.

Crosby me surpreendeu. O rapaz que sempre fugiu de responsabilidades, próximo a se casar, decidiu que quer tê-las e agiu com pulso firme para tal. Jasmine de fato amadureceu o noivo, mas ela não é capaz de confiar nele. Achei a briga dos dois muito interessante, principalmente porque nos mostrou que, é na hora da raiva, que falamos o que não devemos, mas quase sempre o que sentimos.

Drew, como este personagem me fascina, provavelmente porque me vejo inteirinho nele, é quase um clone de minha adolescência. Finalmente o menino tem a chance de se aproximar do pai, mas como Parenthood trata de dramas familiares reais, é óbvio que o homem não será capaz de manter uma estrutura por muito tempo e vai fazer o pobre garoto sofrer de novo. Fez tanto, que Amber, apesar de claramente amar o pai, mantém os dois pés atrás e não confia.

Mas Parenthood é de uma personagem atualmente. Trata-se de Lauren Grahan, dando show de atuação como Sarah. O diálogo dela com o pai e ela deixando claro que ainda ama o pai de seus filhos já havia sido lindo, mas toda a tensão no encontro dela com o ex foi sensacional. Apesar de claramente se preocupar com ele, Sarah foca-se nos filhos, como toda mãe faria. O sofrimento, a ansiedade, os medos da personagem são tão reais que sofremos com ela.

Parenthood é aquele tipo de série que nos deixa horas refletindo a cada episódio e nos envolve de tal forma que é impossível assistir como a mais uma série. É muito mais do que isso, é libertador, é prazeroso, é quase escolar.



Por Daniel César

1 comentários:

gustavo disse...

Impressionado com o rumo dessa temporada! Também estava me vendo em Drew desde a primeira cena, o que me deixou aflito na discussão que ele teve com Amber (e depois com a mãe), pois ao mesmo tempo acho linda a sensibilidade de Amber e torço muito pela felicidade de Sarah. Foi de cortar o coração!

Não tenho qualquer reclamação sobre esse episódio, simplesmente perfeito.

Postar um comentário