segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Parenthood, 2x05. “The Booth Job”

Um brinde a melhor série familiar do Planeta

É impressionante como episódio pós episódio e Parenthood só melhora. Parece que os roteiristas colocaram no ar a série somente depois de muita pesquisa e de todos os episódios terem sido escritos, como uma obra fechada. É impensável imaginar que esta série conta com a abertura de outros trabalhos, dado o cuidado, as relações intrinsecamente ligadas umas às outras e que, a cada instante levam o telespectador a mergulhar em seus próprios sentimentos sobre a importância da vida.

Na primeira temporada, Parenthood foi acusada por alguns de ser uma cópia de Brother and Sisters, todos os críticos que acompanharam a série na temporada inicial tiveram que se render e notar que, apesar do tema semelhante, a história é muito mais complexa, muito mais real e próxima do telespectador.

Em “The Both Job” o que o roteiro fez conosco a não ser nos emocionar e nos levar a refletir sobre nossa própria existência e incapacidade de nos relacionarmos e sermos quem gostaríamos sem precisar agradar a outros? A dualidade emocional do ser humano foi tratada com tamanha leveza, cuidado, mas ao mesmo tempo complexidade e profundidade pelo episódio que deixaria qualquer um boquiaberto.

Quem nunca viveu as mesmas experiências que Sarah? Ela passa a vida toda em busca de se auto-afirmar e provar a si mesma – muito mais que aos outros – que é uma boa mãe, uma boa filha e pode ser uma boa profissional. Em seu melhor momento, quando consegue se aproximar dos filhos, quando consegue encontrar um homem que a compreende e está cavando oportunidades de emprego, eis que o imponderável surge. O chefe dela e de Adam decide que ela o acompanhará numa Feira de eventos – isso já provocou o ciúmes do irmão – e ela faz um grande trabalho, mas o chefe decide beijá-la e mexer com seus sentimentos. Confusão a vista, já que um romance com o chefe a levará a ter mais e muitos problemas com os colegas de trabalhos.

E a situação de Amber, não nos é familiar? A garota que sempre foi tão problemática e amadureceu muito ao longo da série, conquistou seu espaço lutando muito. Com uma amiga que parece lhe entender e lhe ajudar, de repente, se vê numa situação embaraçosa de perder aulas particulares para ficar bebendo e se drogando. A decisão dela de ser sincera com a amiga e dizer que não é rica e realmente precisa estudar foi muito bonita de se ver.

Júlia e Joel continuam em sua intensa busca do equilíbrio entre conseguirem ser bons pais e, ao mesmo tempo, manterem acesa a chama do relacionamento entre marido e mulher. A história que Júlia contou para a filha Sydney sobre a “bolha do amor” foi das coisas mais lindas do episódio.

Finalmente Crosby com uma história forte. Vê-lo tentar matricular o filho Jabbar numa boa escola e, mentindo para o diretor, dizendo que é casado com Jasmine, foi uma metáfora sensacional e mostrou o quanto é difícil para ele, tão livre sempre, estabelecer família e aquietar-se. Tanto que no fim, mesmo querendo muito, ele foi incapaz de dizer isso a sua amada. A cena foi linda, emocionante e valeu muito a pena.

A leveza do episódio ficou por conta de Camile e Zeek que, tentando melhorar o relacionamento, decidiram aprender a dançar. Durante a aula, ela desastrada e ele completamente a vontade, tudo funcionou muito bem. E foi sensacional a cena em que Zeek se vê obrigado a dançar com um homossexual, que se solta e se torna um grande parceiro de dança. Zeek, o machão, cheio de preconceitos, fica a vontade e ainda mostra como a mulher deveria fazer. Genial.

Porém, o melhor do episódio – novamente – foi a relação de Adam e Kristina. Ela, visitando um Grupo de Ajuda com pais que têm filhos com Asperger e ele resistindo a ir. Durante a reunião, tudo que foi dito foi muito duro e o sofrimento de Kristina, querendo ser a melhor mãe possível para Max foi comovente. A cena em que Adam chega a reunião e desabafa que não quer mentir para o filho, mas precisa preservá-lo de saber sobre a doença foi terrivelmente triste e dolorosa.

O melhor episódio da vida de Parenthood que emocionou a todo momento e trouxe ainda para mais perto de nós esses personagens tão carismáticos e reais.



Por: Daniel César

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