quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Boardwalk Empire, 1x05. “Nights in Ballygran”

“Um dia eu saberei mentir como você” – Eli Thompsom


E em 05 episódios Boardwalk Empire se torna a melhor estréia dos últimos anos na TV americana e, caminha a passos largos, para entrar no hall das grandes séries cults como The Sopranos e Mad Men, tarefa que parecia impossível, mas em se tratando de um roteirista como Terence Winter, pode-se esperar de tudo.

A série continua sem pressa. O que se viu nos 04 primeiros episódios se manteve em “Nights in Ballygran”, uma narrativa linear, tranqüila e que faz questão de mostrar traços da personalidade de cada um dos personagens apresentados ao público. Fugindo dos lugares-comuns, clichês e caricaturas, a composição vem enriquecendo muito a história.

Em especial neste episódio, o que se viu foi bem mais ação e alguns conflitos se iniciando, enquanto outros chegam ao fim. Nucky estava envolvido na preparação da festa em homenagem a Irlanda, pelo dia de São Patrício e, descobrimos que ele é de origem irlandesa e, mais, tem um pai odioso.

Além de ter que lidar com o sangue quente de irlandeses, com os detalhes da festa, principalmente porque boa parte da alta classe de Atlantic City estaria presente no evento, nosso protagonista se viu obrigado a conviver com a insegurança e pré-rebelião de seu irmão Elias.

Enquanto isso, Margaret finalmente pareceu decidida em conquistar Nucky, preparando bolo de presente de aniversário, tentando vestir-se melhor e ter um relacionamento menos formal com o tesoureiro da região. Tudo uma completa perda de tempo. Ele pareceu ter notado a tempo que se envolver com a moça significaria mais um problema em sua vida.

É incrível como Boardwalk Empire iniciou-se mostrando Jimmy como quase uma cópia de Nucky e tentando aprender para ser como ele e, hoje, cinco episódios depois, ambos vivem como opostos. O episódio mostrou Jimmy devoto a uma prostituta que, queira ou não, foi ferida por sua culpa. Enquanto Nucky é pintado como um homem perverso e anti-americano, Jimmy representa o oposto, sonhador, criativo e acima de tudo patriota. Muito linda a história que ele contou para a prostituta sobre sua infância com a bandeira dos EUA e, a seqüência, com a moça cometendo suicídio foi mais uma cena forte para a coleção da série.

Van Alden também teve seu dia de glória ao acabar com a Festa de São Patrício para prender um dos testa-de-ferro de Nucky, graças a uma denúncia de Ângela, revoltada por Nucky não atendê-la. Ângela parece ser a típica personagem-problema e essa história parece que irá render, principalmente porque Nucky parece não ter aceitado a derrota.

Quero ver como ele irá reagir a tentativa de agressão que Eli o fez completamente bêbado ao final da deprimente festa. A seqüência do fim do episódio, mostrando cada personagem em sua realidade foi muito interessante. Jimmy visitando Chinatown a pedido da prostituta, agora morta, Elias em casa, vomitando pelo excesso de bebida e Ângela caminhando pelas ruas, completamente livre do peso que Nucky representava em sua família. E finalmente Nucky cedendo as suas fraquezas e tendo uma noite de amor com Margaret. O que vai acontecer de agora em dia é tudo que queremos saber.

É preciso frisar, mesmo que soe repetitivo, como os detalhes chamam a atenção em Boardwalk Empire. Desde a atuação espetacular do elenco, muito bem afinado, passando pela direção e os cuidados com cenografia e figurino, até o roteiro espetacular, tudo funciona muito bem na série em todos os episódios. Realmente, parece que o nível nunca cairá.



Por: Daniel César

1 comentários:

João Pedro disse...

Série perfeita! Nem preciso falar nada.

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