quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Boardwalk Empire, 1x11. "Paris Green"

"Eu não perdi uma noite de sono pela morte do seu marido. Nem você" - Nucky

O penúltimo episódio da primeira temporada de Boardwalk Empire já nos mostrou uma preparação tranquila, sem grandes agitações e, sobretudo, fechando um ciclo importante que a temporada abriu ao nos encantar com cada um dos personagens que nos foi apresentados ao longo de, até aqui, 11 sensacionais episódios.

A série Terence Winter e Martin Scorsese inicou o fim do primeiro ciclo mantendo o nível da temporada e caminhando a passos para se tornar a série com a primeira temporada mais brilhante do ano e, muito mais do que isso, a primeira temporada mais excepcional já vista em muito tempo, sabe Deus desde quando.

Em "Paris Green" tudo começou a ser preparado para o fim da temporada. Os conflitos abertos começaram a se fechar e os novos conflitos da próxima temporada começaram a aparecer, mais um toque de genialidade da dupla que produz a série. Ver Nucky se afundando em sua própria teia me parece um plot muito aprofundado e que vai render muito em 2011, afinal, na mesma medida em que ele abandona os antigos aliados, como o prefeito e seu próprio irmão, ele também é abandonado pela única mulher em quem confiou em muito tempo.

Mulher esta, Margaret, que, aliás, dá um show de dubiedade, pois, ao mesmo tempo que chantageia para conseguir um mero vestido, ao mesmo tempo que usa palavras de baixo calão, ela também tem um ataque de bondade e ética, sendo capaz de esbofetear o homem que ela aceitou como seu, independente de suas falhas, e abandoná-lo.

Abandono que foi o marco do episódio, afinal, a esposa de Jimmy tentou fazer o mesmo com ele. Não sei se foi somente eu, mas a sensação de ver a mulher tão sofrida e com um sonho tão bonita, ali, parada, de mala na mão olhando para a loja de fotografia vazia, sabendo que fora enganada pela mulher que amava e a pessoa que era a ponte de salvação, foi doído.

Gostei muito também de ver como foi trabalhado a paternidade do comodoro a Jimmy. Gostei da construção da história e também achei muito bacana a forma como o roteiro tratou de Jimmy. Ele não tinha motivos para aceitar o pai e nem para fazer qualquer escândalo. Gostei mesmo foi da desconfiança e possibilidade da mãe dele estar tentando matar o comodoro. Isso promete.

Valter em compensação deu finalmente mostras claras de sua completa loucura. Mais do que um agente fanático por trabalho, mais do que um homem de princípios rígidos, ele é um doente religioso, sendo capaz de tudo para provar sua fé. A cena em que ele mata o próprio parceiro - corrupto, diga-se - tentando fazê-lo se arrepender dos pecados durante um pseudo-batismo foi genial. Metáfora muito bem trabalhada em cada detalhe, graças ao excelente texto e direção.

Agora, o jeito, é esperar pelo último episódio que certamente fechará a primeira temporada de Boardwalk Empire com chave de ouro. Alguém duvida? Eu não.



Por Daniel César

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