quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Boardwalk Empire, 1x10. "The Emerald City"

"Vou fazer de  Rothstein o cadáver mais rico de Nova Iorque" - Nuck

A genialidade da equipe de Boardwalk Empire é uma coisa que, em determinados momentos, chega a incomodar, pois faz de nós, meros mortais, seres tão insignificantes porque nunca conseguíriamos criar algo de tamanho potencial e tão bem aplicado.

A série em 10 episódios já se tornou uma obra-prima daquelas em que não há fãs, não há debates. Não é como um produto qualquer da televisão em que se observa os que gostam e os que não gostam e se cria um debate sobre qualidades e defeitos. Boardwalk tornou-se um produto em que todos, os que gostam ou não do modelo, levantam-se e humildemente aplaudem ao final de cada episódio.

Em "The Emerald City", após o oitavo e o novo episódios num ritmo enlouquecidos, eles retomaram a calma, a tranqüilidade e o diálogo como ponto de partida do roteiro. Ver o crescimento de Margaret como pessoa, suas dúvidas morais e éticas e suas decisões que vão contra tudo aquilo que ela sempre representou vem sendo bacana. O discurso dela em prol do candidato de Nucky a prefeito para as mulheres foi sensacional, mas sua sensação de remorso também foi muito bacana.

Assim como ela, Jimmy também cresceu muito nestes dez episódios, só não podemos dizer que seu crescimento tenha sido necessariamente para construir algo, aparentemente algo dentro dele foi destruído. Como sua mulher disse, ele não é o homem com quem ela casou, afinal, Jimmy é violento, assassino e sanguinário, chegando ao ponto de espancar o fotógrafo apenas pela palavra de uma criança.

Achei muito bacana e inteligente como o amigo de Jimmy foi inserido no cotidiano de Margaret e seus filhos. Ele, uma imagem forte sem a máscara e com a face destruída, sendo chamado de "O Homem de Lata" por ela, para que os filhos perdessem o medo. Muito bem construído o plot.

Todos somos transgressores, é isso que ensina Boardwalk Empire. E, ficou claro isso no plot de Nelson. Um policial exemplar que está jogando sua carreira fora por uma obsessão. Ele mostrou seu sentimento por Margaret e, óbvio, foi rejeitado. Confesso que não esperava vê-lo ir a um bordel se embebedar, afinal, ele luta justamente contra as bebidas. Achei interessante o envolvimento dele com a ex de Nuck, mas achei um tanto quanto precipitado ele já ir para cama com ela, talvez o efeito do álcool.

A guerra entre Nucky e  Rothstein começa a ganhar proporções incríveis. Achei genial o plano de nosso tesoureiro de Atlantic City, promovendo o terror aos capangas do rival, matando dois a sangue frio e ordenando que o terceiro contasse ao chefe o que viu. Isso sim é saber aterrorizar o adversário. Estou louco para ver o desdobramento disso.

É fascinante como os produtores criaram Nucky e, claro, como Stevie Buscemi compôs o personagem que é absolutamente transgressor, doentio, mas incrivelmente humano, sentimental e amoroso. Dois opostos que se unem de forma natural, sem clichês, sem caricatura e de forma clássica. Lindo de viver e apaixonante. Por isso Boardwalk Empire é o que é. Genial.



Por Daniel César

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