terça-feira, 1 de março de 2011

Skins, 5x05. "Nick"

"A culpa não é dele, pai. É sua" - Nick

São 05 temporadas, mesmo com poucos episódios em cada uma delas, em que são quase 50 minutos de reflexão acerca da construção da personalidade humana através dos olhos dos roteiristas de Skins. Mesmo em tanto tempo, ainda é um dos exercícios mais construtivos que qualquer telespectador pode fazer semanalmente enquanto a série está no ar.

Skins nunca teve a intenção de apresentar ao mundo o estilo de vida "teen" da Grã Bretanha. Vai muito além, a série parte da premissa que a vida adolescente é cheia de momentos que vão definir para sempre a personalidade que está sendo montada e são essas as decisões que nos chocam, não apenas pelas cenas fortes mostradas, mas também porque nos identificamos com estes conflitos.

Mesmo os mais velhos, os que já deixaram a adolescência há algum tempo, ainda se identifica com os mesmos conflitos. Em "Nick" foi basicamente uma somatória de momentos em que a formação da personalidade humana foi mostrada em cada uma das seqüências. O personagem nunca foi o mais atraente no sentido filosófico desta geração, mas a produção surpreendeu e conseguiu fazer um excelente episódio.

Nick não é apenas um adolescente cheio de conflitos naturais, ele tem um dos problemas mais comuns e menos trabalhados neste ambiente. Problemas mau resolvidos que são deixados de lado por um "bem maior", mas que nunca são esquecidos. Isso não é apenas com jovens que ocorre, qualquer ser humano tenta ter este tipo de atitude em determinados momentos da vida e isso sempre, sempre atrapalha.

Achei bem interessante a forma como Nick admira o irmão Matty, não apenas admira, mas inveja o jeito despojado e livre do irmão. Deu para sentir que o menino carrega nas costas o peso de ser dependente e não conseguir se libertar do pai, do namoro, do rugby. Tudo o prente, mas ele parece estar acomadado com a vida, exatamente como nós fazemos, não trocamos a chance de ser feliz e preferimos o sofrimento cômodo.

Achei a fuga dele muito bacana e mostrou todos os conflitos internos que passam pela cabeça do garoto. E sua libertação foi das cenas mais interessantes e fortes da temporada atual. Seu diálogo de poucas palavras, muitas reticências e cheio de olhares com seu pai foi uma tacada de mestre que serviu como cereja do bolo para o episódio.

E ainda tem a Franky que, ao que parece, é um personagem-metáfora. Ela meio que funciona como ponto de equilíbrio para cada um dos personagens. Sempre que alguém está em crise, aparece a Franky para ter um diálogo curto e dizer uma ou duas frases cheia de significados. A personagem realmente é fascinante.

A 3ª geração de Skins segue surpreendendo pela profundidade e capacidade em debater temas complexos sem, contudo, fugir do jeito despojado que a série está acostumada.



Por Daniel César

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1 comentários:

@ricardomadeira disse...

Eu achei o episódio mais fraco dessa temporada, junto com o Mini. Mas ainda bem que o fraco em Skins ainda é genial.

P.S: Que foto é essa? rs

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