quinta-feira, 31 de março de 2011

Secret Diary of a Call Girl: Temporadas 1 e 2

"The first thing you should know is that I'm a whore"

Você acha mesmo que Secret Diary of a Call Girl é uma série sobre sexo?


Confesso que, antes de assistir à série, eu responderia à pergunta acima com um lindo e notório "SIM!". Afinal, é difícil a gente pensar numa série que mostra a vida e as aventuras de uma garota de programa e não fazer associação imediata à palavra que muitos têm vergonha de dizer: "sexo". Porém, enquanto muitos começam a assistir ao seriado para ver algo mais, digamos, picante, eu comecei a ver para matar a curiosidade sobre as dúvidas que tinha acerca da estrutura da série (em outras palavras: eu queria ver se só se falava sobre sexo como muitos diziam).

SD of a CG é muito, muito mais do que um show que acompanha os passos diários de uma garota de programa. Aliás, é a partir daí que todas as histórias começam a caminhar.

Será que toda garota de programa é uma puta?
Será que toda garota de programa não tem uma família?
Será que uma mulher deveria se envergonhar por ser uma garota de programa?
Será que uma garota de programa não curte a transa e apenas a faz por dinheiro?

Ao longo dos episódios dessas duas primeiras temporadas, vemos essas e muitas outras questões que, por pré-conceitos nossos, rondam a nossa cabeça e fazem-nos imaginar as mais diversas situações para essa profissão que, segundo dizem, é uma das mais antigas da face da Terra, serem respondidas.

Se você parar e reparar, perceberá que o roteiro e as histórias da série não são tão profundos, porém, pra nosso deleite, passam uma profundidade ímpar. O mais impressionante é que, até aqui, nenhum episódio, nenhum plot, nenhuma atitude de um personagem, nada me decepcionou. Até quando as coisas se tornavam previsíveis demais, eu me contentava.

A série ainda nos leva a refletir sobre certos pensamentos que nós temos. Como disse, muitas vezes julgamos essa classe de trabalhadoras com muito pré-conceito, que é resultado de uma falta de conhecimento mais específica sobre o tema.

Não estou defendendo a série como um documentário digno de passar no Futura, mas sim a defendo como um programa que mostra a vida dessas pessoas por um outro ângulo que muitos de nós desconhecem ou conhecem mas fazem questão de ignorar.

É claro que não dá pra colocar rótulos e dizer que toda garota de programa do mundo tem uma vida boa como a de Hannah. Afinal, a mulher não tem que fazer ponto na esquina, rodar bolsinha, etc.


Se na primeira temporada, fomos apresentados ao dia-a-dia de Hannah (aka Belle), desde seus clientes fixos até os com taras e comportamentos estranhos, na segunda a série se desenvolve mais e coloca a moça frente a uma paixão de verdade.

Dividida entre o amor e a profissão, Hannah tem que tomar decisões drásticas que, na certa, mudarão o seu futuro. Mas essa paixão por um homem que ela conheceu por um acaso também traz à tona dúvidas, conflitos e decisões a serem tomadas acerca de sua vida pessoal e profissional.

A carreira profissional, aliás, lembra muito a de uma figura que está na mídia mais do que nunca: Bruna Surfistinha. O episódio que encerra a segunda temporada da série é que nos traz essa revelação. Belle irá escrever um livro.

O capítulo termina com uma entrevista de Belle a um programa de televisão. Ao ser questionada se, após o lançamento do livro, deixará a vida de call girl para lá, ela categoricamente responde: "Nunca, uma garota tem que fazer a sua busca".

O que a próxima temporada reserva para mim eu não sei, mas estou ansioso. Só não comecei a assistir à mesma até agora porque fiz questão de escrever este texto antes.

Só lamento o fato de a série ter poucos episódios. Ela fechou o seu ciclo de 4 temporadas na semana passada, sendo que cada uma das temporadas teve apenas 8 episódios com 20 e poucos minutos cada. Uma pena.

Eu não acho que Call Girl seja uma série imperdível, porém, eu garanto que é impossível assistir e não simpatizar com a mesma. Em tempos de vacas magras, não há coisa melhor que isso.

Ah, Billie Piper é sensacional. Só não falo que ela é uma puta atriz porque essa piada está saturada demais.

Ah, o sotaque dela é a coisa mais linda do mundo.

Ah, ela tem uma corpaço, mas, devido à gravidez, usou dublê de corpo na segunda temporada.

Ah, eu não se sei ela estava grávida mesmo, mas tenho quase certeza que sim porque as câmeras e o posicionamento dos objetos em cena faziam de tudo para esconder a barriga dela.

Por: João Paulo

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