sábado, 5 de março de 2011

Skins US, 1x07. "Michelle"

"Você deveria colocar uma meia em seu coisinho, Tony" - Michelle

A Grande Saga de Skins US em sua temporada inaugural tem sido tentar a todo custo se afastar da obra original que inspirou a série. Com isso, criou-se um problema, pois os roteiristas não parecem tão inspirados quanto os britânicos e, em 06 episódios, haviam produzido 05 lastimáveis, cheios de clichês, caricaturas e seqüências que davam vergonha alheia.

É mérito e coragem da série a tentativa de, apesar de ser um remake, mostrar originalidade e contar sua própria história, mas, para que este mérito se torne louvável, é preciso que essa história prenda o público, seja interessante e que mantenha a premissa básica de Skins: a profundidade no debate e fuga dos clichês. Não era o que vinha acontecendo.

Exceção feita a "Tea" e, agora, a "Michelle", segundo episódio da série que merece elogios, pois conseguiu transmitir exatamente a idéia que se espera: profundidade, reflexões e debate metafórico em torno do universo dos adolescentes. Mesmo que a protagonista do episódio não fosse minha personagem predileta, todas as seqüências que criaram o roteiro, tornaram o 1x07 de Skins US um dos mais interessantes desta primeira temporada.

A Michelle americana tem muito mais atitude do que a britânica e achei isso interessante, mesmo que a cena em que ela agride Tony seja semelhante (e na obra original também foi no 1x07), toda a construção da personagem foi diferente. Desde seu relacionamento com sua mãe, até a forma com que ela encara os fatos foi muito bem amarrado.

Achei a conversa dela com Tea, depois que ela já sabe que a amiga lésbica foi para cama com Tony, um dos momentos mais lindos da série até o momento, somente comparada a linda cena entre ela e Stanley, conversando na cama, sobre a amizade do dois. Tudo muito delicado, bem dirigido e com marcações corretas para emocionar o público.

Se a atriz que interpreta Michelle ficou devendo, em compensação, a personagem mostrou certo fascínio ao usar Tony e mostrar para ele que é muito melhor do que ele pensa e que pode muito bem sobreviver sem ele. Adorei o fora que ela deu no garoto que se acha o último gole de coca-cola. E achei linda a cena de "fuga" dela que encerrou o episódio.

Minha expectativa agora é de que os roteiristas tenham acertado a mão e consigam produzir episódios deste nível na continuação de Skins US



Por Daniel César

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