quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Skins US, 1x02. "Tea"

"Eu não consigo me ver amando alguém assim" - Tea

Não é fácil ser um remake. E ser um remake de uma série como Skins, é muito mais difícil. Como produzir uma versão americana de uma série que, tem como premissa básica, mostrar ao mundo o estilo de vida libertino da juventude britânica? Os caminhos obviamente, em determinado momento, iriam se desencontrar e a versão teria de ganhar vida própria.

E essa era a promessa da MTV americana e dos próprios roteiristas da original - que estreia amanhã no Reino Unido a 5ª temporada, com a 3ª geração. Após o episódio Piloto ser idêntico, a promessa era de que as personagens americanas ganhariam vida e roteiro próprio, dentro da realidade do próprio país, mostrando a cultura norte-americana.

Promessa feita e promessa cumprida. Em "Tea" o que se viu foi uma nova série. A personagem lésbica inspirada no gay muito bem esclarecido Maxxie da série original, mostrou conflitos de personalidade e posicionamento sexual muito mais complexos que o de seu personagem inspirador. Ainda que a atriz não tenha o mesmo carisma do inglês que interpretou Maxxie, ela consegue segurar sua personagem muito bem e fazer com que o telespectador reflita sobre sua vida.

Achei interessante criarem conflitos diferentes para uma lésbica. Ela não tem dúvidas de sua sexualidade, mas sente um vazio em seu ser pelo simples fato que não consegue se relacionar de forma duradoura com ninguém. Para Tea, ninguém se compara a ela, ela é dum nível superior de todas as outras. Essa pseudo-auto estima é desmentida em todos os seus diálogos com sua avó, uma espécie de espelho dela própria, criação genial dos roteiristas.

O relacionamento entre Tea e Tony não é propriamente uma novidade. A série original fez o mesmo ainda na primeira temporada ao tentar aproximar Maxxie e Tony, sem resultados. A diferença, é que agora, Tea ficou balançada por ver em Tony, como ele mesmo definiu, alguém do mesmo nível que ela. Mesmo tendo achado o sexo com o amigo horrível, ela ficou balançada pela companhia, por ter alguém que a entenda.

Skins US não é como Skins UK. É infinitamente mais moderada que a original. Não apresenta cenas de sexo explícito, evita mostrar jovens consumindo drogas de forma exagerada, tudo que a britânica trata com naturalidade, sem pudor e, ainda assim, com qualidade. Mas isso não faz de Skins US careta, ao contrário, ela consegue se aprofundar nos temas da juventude com a mesma qualidade que a outra e isso sim, faz a série valer a pena.



Por Daniel César

3 comentários:

João Pedro disse...

Gostei! A série segue muito bem e quem não está vendo pelos comentários dos recalcados está perdendo!

Daniel César disse...

Não dá pra chamar de recalcado, João.

Quem é fã da Skins original não consegue simplsmente enxergar essa versão porque ela é MUITO diferente.

Danilo disse...

Gostei desse.
A Tea era uma das personagens que eu tinha esperança que eu ia gostar e ela nao decepcionou. Acho que até gosto mais dela do que do Maxxie.

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