terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Parenthood, 2x13. "Opening Night"

"Quando você estiver lá, todos que você ama estarão de mãos dadas com você" - Crosby

Parenthood é basicamente uma série sobre relacionamentos. Não apenas relacionamentos familiares, mas principalmente sobre relacionamentos humanos. A série trata com maestria todos os conflitos internos que tanto marcam o ser humano ao longo de sua construção de vida. Fugir do maniqueísmo ao apresentar personagens com este estilo, não é tarefa fácil, mas a série cumpre muito bem o seu papel.

A segunda temporada, aliás, vez fazendo isso com maestria. Apresentar conflitos humanos sem cair na caricatura ou clichê é uma tarefa muito complexa e que demanda criatividade por parte dos roteiristas que estão se saindo muito bem. A cada episódio, Parenthood nos leva a refletir sobre nossos próprios relacionamentos, nossas próprias decisões e posicionamentos diante de nossos conflitos.

Foi o que aconteceu com "Opening Night" que, apesar de não ser o episódio mais emocionante e que mais prendesse a atenção na temporada, chamou a atenção do telespectador por mostrar basicamente como é complicada, complexa e profunda a relação entre pais e filhos. Tanto que gera uma pergunta: Os pais sabem o que é melhor para seus filhos?

Crosby acha que sim. Tanto que se sentiu extremamente frustrado quando viu Jabbar sucumbir diante do medo e das angústias infantis numa apresentação teatral. Achei bastante madura a forma como ele tratou do problema em família, tanto com o filho quanto com Jasmine, mostrando que ele é pai e tem que participar também da formação do caráter do filho.

Em compensação, Kristina e Adam surtaram completamente na tentativa de fazer Haddie entender a importância da confiança e da sinceridade. Achei muito viagem vê-los tirando a porta do quarto da filha como castigo por ela mentir sobre continuar se encontrando com Alex. Dou razão ao casal e também acho que Haddie não tem condições de se relacionar com alguém com uma carga de vida como Alex, mas daí a impor castigos dessa natureza, é outro caminho.

Sarah não foi tão brilhante como vinha sendo nos últimos três episódios, mas é impossível não se emocionar com ela. Gostei de vê-la se esforçando para ajudar Drew a vender os tais papéis de embrulho. Mas emocionante mesmo foi quando ela estava contando seu dinheiro, desesperada, tentando ser "a mãe idiota" que paga por isso, ao invés do filho vender. Quando ela disse a seu pai "mas Drew sempre teve de andar com as próprias pernas, eu queria resolver tudo agora" foi sensacional. Lauren Grahan vem fazendo um trabalho muito bom nesta série.

Tenho sentido falta dos conflitos de Max que anda apagado nos últimos episódios. Ele é um dos personagens mais complexos e me incomoda que seja deixado um pouco de lado assim como Júlia, mas ela não é tão carismática assim, convenhamos.

De qualquer forma, Parenthood cumpriu mais uma vez seu papel de emocionar e fazer com que o telespectador refletisse ao assistir a um episódio. Isso é fundamental e garante bons momentos diante da televisão.



Por Daniel César

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