terça-feira, 28 de setembro de 2010

Boardwalk Empire 1x02: The Ivory Tower mostra o quanto a série não é simples lazer

O 2º episódio de Boardwalk Empire foi ao na HBO americana e seguiu o mesmo padrão de qualidade que havíamos sido apresentados no episódio piloto. Martin Scorsese aparentemente entrou no mundo dos seriados disposto a manter seu nível de intelectualidade e complexidade em suas produções, valor que ele sempre prezou e fez questão de mostrar em todos os seus filmes.

O episódio continuou exatamente do ponto em que havia acabado o anterior, com Nukki Thompsom mantendo as correções da besteira que seu afilhado havia cometido ao tentar inserir a todos no mundo dos gângsters. Nukki, aliás, que se mostrou corrupto, porém extremamente humano no episódio piloto, neste episódio, ao contrário, mostrou toda sua perversidade e astúcia. Ele não é simplesmente alguém capaz de agir por emoção, ele pensa friamente qualquer atitude, o que o torna o anti-herói perfeito para a história.

Jimmy, o afilhado, em compensação, deu mostras que é um homem que age sempre e tão somente por emoção. Ele mostrou-se astuto no episódio piloto, mas em The Ivory Tower, o que se viu, foi um menino perdido, agindo por impulso e que, sem o apoio do poderoso padrinho, não consegue agir. Nukki foi duro o suficiente com ele, o demitindo e fazendo com que ele vivesse como homem, não mais como menino, cobrando uma dívida pelo roubo e assassinato.

O episódio foi muito rico em apresentar conflitos que certamente irão durar por toda a temporada, afinal, imaginar que Nukki e Nelson – bandido e policial – estejam apaixonados pela mesma mulher, uma simpática, inteligente, porém bondosa moça, torna tudo mais atraente para a série.

O que se viu no segundo episódio de Boardwalk Empire foi que Martin Scorsese não veio para o universo televisivo para produzir uma série de lazer puro e sem a necessidade de se pensar. A série é muito densa, complexa e exige muito do telespectador que, se tentar assisti-la numa visão superficial, certamente não irá gostar. Mas continua sendo uma obra-prima.



Por: Daniel César

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